domingo, 3 de fevereiro de 2013

CENA NO METRÔ




É tarde. O metrô já se recolhe
e já meio vazios, os vagões
levam de volta as vagas solidões
dos últimos, que a noite não recolhe.

Vão tristes, adiando decisões,
vão sérios, sem que a lágrima lhes molhe
a face.  Secos vão, pois que lhes tolhe
a vida retornar sem soluções.

Num carro, enlaçado, embevecido,
um jovem casalzinho a namorar,
alheio aos apitos e ao ruído,

bem longe e livre de qualquer olhar.
Ele ajeita-lhe o decote do vestido,
ela agradece o gesto, sem falar.


SCENO EN LA TRAJNO

Malfrua nokto. Trajno jam foriras.
Malplenas jam vagonoj kaj glitadas,
portante lastajn homojn, kiuj vadas
tra nokto, kiu ilin ne inspiras.

Etpasaĝeroj, kiuj malparadas,
seriozuloj, kiuj malkonspiras,
sekuloj, antaŭ kiuj vivo miras,
ĉar ili ĉiutage mem sin kradas.

En unu tute senhoma vagono
amindumas, ĝuplenaj kaj kvietaj,
du gejunuloj, malgraŭ brua fono,

for de ĉiaj rigardoj  maldiskretaj.
Li ordigas dekolton per butono,
kaj per okuloj ŝi dankas, koketaj.

6 comentários:

  1. Eu penso que dentro de você esconde-se um bom roteirista e um cineasta surpreendente!
    Parabéns e obrigada.

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  2. Delicado e discreto recorte da realidade: significante
    que sinaliza uma poesia múltipla de significados que são um prazeroso toque na alma do leitor.Gostei muito, Poeta!

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  3. O livro de sonetos já está pronto! Muito bom, Paulo!

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  4. Kia vojaĝo... El enuo, venas ĝuo!
    Gratulon, kara poeto.

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  5. Lindo! Fiquei feliz por descobrir o blog deste ser humano iluminado!!!!

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